quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Filosofia Oriental

Hoje apresentamos ao leitor um pouco da filosofia e da simbologia orientais. Como símbolo principal do Budô, elegemos o Tao, uma figura que geralmente é chamada por suas partes: Yin e Yang.
Neste simples desenho fica materializada praticamente toda a cultura, o posicionamento político, cultural e até culinário dos orientais. A versão em preto e branco é chinesa, mas existe também a versão vermelha e azul (em coreano, yin-yang passa a ser chamado “eum-yang”, e a própria bandeira sul-coreana é uma versão do Tao, chamada “taeguk”).
Resumindo um pouco, poderíamos dizer que o Tao é o universo, ou qualquer de suas partes. Poderia também representar um casamento, um prato de comida, ou qualquer outra coisa a ser analisada. Suas partes, o Yin e o Yang, seriam os componentes deste objeto. Por exemplo, se dissermos que o Tao é um casamento, o Yin (preto) seria a mulher, e o Yang (branco) o homem. Note que cada um tem um pouco do seu oposto. Já se analisarmos os seres humanos em geral, poderíamos dizer que o magro é Yin, e o gordo é Yang. E por aí vai, o Yin também pode representar o negativo, o frio, o apressado, o triste, etc... O Yang, em oposição, é o positivo, o quente, o calmo, o risonho.
Na alimentação, os orientais não baseiam suas escolhas apenas no gostar ou não de algum sabor. O arroz é muito “yang”, portanto, engorda. Então, para equilibrar, é preparado com açúcar, que é “yin”.
Sobre o Tao existem duas obras principais, chinesas, o I Ching, um livro milenar usado para tomadas de decisão, e o Tao Te King, do filósofo Lao Tsé. Nas palavras de José Laércio, “Os ensinamentos de Lao Tsé expressos no Tao Te King representam para o povo chinês aquilo que os ensinamentos de Jesus representa para o mundo ocidental.” Abaixo transcrevemos um dos “versos” de Lao Tsé, para valorizar nossa discussão:
Aforismo 62 – O Caminho Perfeito
O Caminho Perfeito é o refúgio de incontáveis criaturas.
É o tesouro do homem de bem, a salvação do perverso.
O Tao é a pátria de todos os seres e a querência dos bons
Palavras admiráveis podem produzir honrarias.
Ações admiráveis podem elevar o homem acima dos outros.
Belas e piedosas palavras são fáceis, mas somente boas ações
conduzem o homem à perfeição.
Será sinal de nobreza rejeitar os homens maus, se até os homens
perversos não são abandonados Ele?
Para a conservação e desenvolvimento do Caminho Perfeito, que se
Abre a todos os seres, é que são instituídos o imperador e seus
ministros, e não para que eles se deliciem com o cetro e os cavalos
das suas carruagens.
É para que meditem sobre o Caminho Perfeito, avancem no seu
conhecimento e contribuam para o desenvolvimento
dos outros.
Por que os antigos tanto admiram esse Caminho Perfeito?
Não será porque ele é a fonte de todos os bens e o remédio
para todos os males?
É porque ele é a coisa mais nobre do mundo!
Tao Te King.

O importante desta forma de analisar as coisas é perceber que os extremos sempre são perigosos. Qualquer coisa muito “yin” ou muito “yang” tende à destruição, e um não existe sem o outro..
Visite nosso blog: http://projetobudobm.blogspot.com/
Citações retiradas do site http://www.joselaerciodoegito.com.br.

Nossas Aulas
Nesta semana o Projeto Budô contou com aula no dia 27, sendo praticadas técnicas de jiu-jitsu aplicadas à defesa pessoal. O instrutor foi o Sr. Leandro Naibert. Compareceram policiais militares e alunos de jiu-jitsu.
Torcemos pela recuperação da genitora do mestre César, que se encontra em tratamento.
GIOVANI CASTRO – Idealizador do Projeto
Publicado no Jornal Novo Tempo, Barra do Ribeiro, RS, Edição nº 972, do dia 06/01/12.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Menina de Ouro


Um filme que recomendamos como entretenimento, e que serve como instrumento para discutir questões de arte marcial. Dirigido por Clint Eastwood, em 2004. Menina de Ouro (Million Dollar Baby) é dividido claramente em duas partes. A primeira parte trata de boxe, com uma trama envolvente. A atleta Maggie (personagem de Hillary Swank), como acontece na vida de muitos artistas marciais, tem que superar a origem humilde. Também precisa superar o preconceito por ser mulher, e pobre. O treinador (Clint Eastwood) inicialmente não aceita treiná-la, mas, como o artista marcial é teimoso, ela insiste até que ele passe a acreditar nela. Durante o desenrolar do filme, observamos muitas metodologias de treino, que são bastante motivadoras e ilustrativas.
A segunda parte é bem diferente, triste e polêmica. Trata principalmente da questão da eutanásia (em grego, eu é o prefixo usado para significar “bom”, e tanatos é “morte”). Para resumir, a personagem Maggie, por um golpe traiçoeiro de uma adversária, fica tetraplégica, e, como era muito inquieta, tenta insistentemente morrer, ou convencer alguém a deixá-la morrer.


Como nos diz Marcelo Hessel (texto disponível em http://omelete.uol.com.br/cinema/critica-menina-de-ouro/), o “filme toma emprestado o esporte como mote para falar da vida”.
Esperaremos que o leitor veja o filme, para continuar a discussão: Seria um ato de amor tirar a vida daquele que sofre?
Visite nosso blog: http://projetobudobm.blogspot.com/

GIOVANI CASTRO – Idealizador do Projeto
Publicado no Jornal Novo Tempo, Barra do Ribeiro, RS, Edição nº 970, do dia 23/12/11

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O Rei Tigre

Além de relatar os eventos do projeto, este espaço também será usado para trazer ao leitor a biografia de grandes expoentes das artes marciais. Hoje o escolhido foi o Rei Tigre, da Tailândia. Chamava-se Phra Chao Sua, e na época de seu reinado as lutas estavam muito difundidas, como esporte. O rei gostava tanto de lutar, que, para não ser beneficiado pela sua condição política, entrava mascarado nos campeonatos. E costumava ganhar, quando retirava a máscara, e recrutava os lutadores para seu exército.
A arte marcial tailandesa é o muay thai, também chamado boxe tailandês. É uma arte de contato que tem diversos estilos. Suas técnicas incluem chutes, socos, joelhadas, e cotoveladas. Algumas escolas aceitam também a cabeçada, mas em campeonatos geralmente não é permitida. Muay thai é uma arte que não contém filosofia, mas, como sua origem é em um país budista, ocorrem alguns rituais e práticas desta crença adotada por seus mestres.
Uma prática interessante é o ram muay (em algumas escolas é chamado way khru). É uma espécie de dança, com movimentos de luta. Acontece antes de cada luta, e serve para cada lutador apresentar as técnicas de seu estilo. Joelhadas, esquivas, cotoveladas, pêndulos, socos retos, socos curvos, clinchs em um adversário imaginário, tudo ao som de um conjunto de instrumentos rústicos. Alunos mais destacados usam na cabeça o monkon, um ornamento de cordas trançadas, com todas as cores das graduações da escola. Graduações estas que são usadas nos braços (em vez de faixa, chamamos kruang), com cores em uma ordem hierárquica sendo a máxima a preta.
Ao contrário do que possa parecer, mesmo sendo um esporte de aparente agressividade e explosão, observa-se que seus praticantes desenvolvem muito auto-controle emocional. Fisicamente, trabalha muito a cintura, pernas e ombros, sendo classificado como exercício aeróbico.

Aulas
Nesta semana ocorreram dois encontros do grupo: Na Terça-feira (13/12), no Clube Sete, onde foram treinadas técnicas de quedas, projeções e imobilizações e na Quinta-feira (15/12), na academia do mestre César, em Sertão Santana. Para a semana que vem (20/12) a aula será para o grupo de sargentos dos municípios integrantes do 2º Pelotão.
Este projeto conjunto da Brigada Militar e Federação Riograndense de Muay Thai e Kickboxing tem apoio do Clube Sete, Gráfica Naibert, Jornal Novo Tempo e site Barra Viva.
GIOVANI CASTRO – Idealizador do Projeto
Publicado no Jornal Novo Tempo, Barra do Ribeiro, RS, Edição nº 969, do dia 16/12/11, na Página 12.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Nova Aula

Amanhã acontecerá nova aula do Projeto Budô, no Clube Sete, em Barra do Ribeiro. Será sobre Projeções e Quedas da Faixa Branca do Judô.
Oss!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Aula Inaugural






Foi um sucesso a Aula Inaugural do Projeto Budô, idealizado pelo comando local da Brigada Militar (2º Pelotão). Aconteceu em 1º de dezembro, no Clube Sete. O ministrante foi o mestre Antônio César Prado, faixa preta 6º Dan da Federação Riograndense de Muay Thai e Kickboxing e sargento da reserva da Brigada Militar.
Este projeto deverá se concretizar em parceria com diversas entidades, para que os policiais militares pratiquem atividades físicas, bem como se tornem monitores e líderes para os jovens da comunidade.
Budô é uma palavra japonesa que sintetiza a filosofia e a essência de todas as artes marciais. Significa “caminho do guerreiro”, o que traduz a proposta do projeto, uma vez que a palavra “guerreiro”, neste caso traduzida para o japonês, é usual tanto para os militares quanto para os praticantes de artes marciais (expressão alusiva a Marte, deus latino da guerra). Esta proposta seria: treinar várias artes marciais, com ênfase na parte filosófica; praticar outras atividades que desenvolvam o espírito de corpo e a liderança; e ainda incentivar jovens e adultos a serem líderes em suas realidades diárias.
Estiveram presentes na Aula Inaugural o Dr. Brito (judô), o professor Zander (karatê), o professor Leandro Naibert (jiu-jitsu), os policiais militares do 2º Pel: Ten Castro, Sgt Zamoner, Sd Cardoso e Sd Vítor; os policiais militares de Guaíba: Sd Michael e Sd Soares e o Sd Portela, de Sertão Santana. Também o jovem Athanael Souza (karatê, Guaíba).
Por enquanto apóiam o projeto o Clube Sete de Setembro, o site Barra Viva e o Jornal Novo Tempo.




GIOVANI CASTRO – Idealizador do Projeto